sábado, 30 de julho de 2011

Marxismo-leninismo


O socialismo científico é uma doutrina política que se situa a esquerda do espectro político, fundamentando-se no pensamento filosófico de Karl Marx e de Friedrich Engels, e na sua interpretação realizada por Vladimir Lênin e demais revolucionários bolcheviques, que fizeram na Rússia, a primeira revolução socialista da história.

Segundo o pensamento marxista, a luta de classes é o motor que move a história, ou seja, a luta das classes dominadas contra as classes dominantes resulta em uma revolução social, promovendo a mudança dos meios de produção e assim gerando uma nova sociedade. Na atual sociedade capitalista, a luta de classes do proletariado contra a burguesia resultará em uma revolução socialista, destruindo o capitalismo e construindo uma nova sociedade, onde o proletariado se tornará a classe dominante, socializando os meios de produção e assim abrindo caminho para a construção de uma sociedade sem classes, onde o Estado se tornará desnecessario. Dessa forma chegaria ao fim a exploração do homem pelo homem. Essa nova sociedade surgida após a revolução, será o socialismo, fase intermediária que resultará na sociedade sem classes, ou seja, a sociedade comunista.

O revolucionário marxista Vladimir Lênin defendia a realização da revolução socialista em países capitalistas atrasados, como era o caso da Rússia semi-feudal dos czares, desenvolvendo o conceito do partido revolucionário como vanguarda do proletariado, e fundando o bolchevismo. O pensamento marxista clássico afirmava que a revolução socialista ocorreria primeiro em sociedades capitalistas desenvolvidas, como a Alemanha ou França, mas Lênin afirmava que em sua fase imperialista, o capitalismo sofreria revoluções iniciadas nos elos fracos de sua correia, que depois iriam se expandir para as sociedades desenvolvidas. Ou seja, a revolução na Rússia seria o estopim de uma revolução socialista mundial, que acabaria atingindo a Alemanha e o resto da Europa.

Em 25 de outubro de 1917(segundo o calendário juliano, pois segundo o calendário gregoriano foi em 7 de novembro), ocorreu na Rússia, a primeira revolução socialista da história. Os revolucionários bolcheviques derrubaram o governo provisório e o poder passou para as mãos do Congresso de Sovietes de Toda Rússia, que formou o Conselho de Comissários do Povo, presidido por Vladimir Lênin.

O governo soviético promoveu a transformação radical da sociedade russa, desapropriando a burguesia. O novo regime socialista estatizou as fábricas e bancos, promoveu uma reforma agrária radical e tirou a Rússia da Primeira Guerra Mundial.

"A Revolução Russa eliminou todas as leis czaristas que reprimiam a homossexualidade e que eram 'contraditórias com a consciência e a legalidade revolucionária'. Em 1923, um renomado médico de Moscou aprovava um novo código legal dizendo: 'A legislação soviética se baseia no seguinte principio: declara uma total ausência de interferência do estado e da sociedade nos assuntos sexuais, sempre e quando não sejam afetados os interesses de nenhuma outra pessoa'”. (Andrea D`Atri; em "O socialismo e a questão homossexual")

Entretanto o socialismo soviético acabou sofrendo uma grave degeneração, após Josef Stalin assumir o poder absoluto no final dos anos 20, estabelecendo uma ditadura totalitaria responsável pela morte de cerca de 20 milhões de soviéticos. Esse regime arbitrário e burocrático, longe de acabar com a exploração do homem pelo homem, resultou no surgimento de uma casta privilegiada de burocratas que agia como uma nova classe dominante, oprimindo o proletariado e o campesinato. Inclusive revogou as leis que davam direitos iguais aos homossexuais, que passaram a ser tratados como "contra-revolucionários". Isso acabou resultando no colapso do regime socialista no final dos anos 80.


"Um olhar retrospectivo sobre o século passado não pode se omitir sobre o trágico legado do stalinismo. A esquerda em especial não tem o direito de ignorá-lo. Tal herança pesa como um fardo sobre ela, mesmo já havendo uma alentada produção teórica de condenação dos anos em que Stalin esteve à frente da URSS, principalmente após o final dos anos 20 e até sua morte, em 1953. (...)

Para a esquerda, é necessário resistir à tentação de refugiar-se num tempo de ouro, na nostalgia de um tempo feliz, que não existiu, ao contrário. O stalinismo foi um tempo de terror, de esmagamento dos adversários pela violência, marcado pela ausência da política, ao menos se esta for entendida como o reino da liberdade, e não da força bruta.

O stalinismo foi a maior tragédia do povo russo e de todo o povo do Leste Europeu, afora as guerras. Não podemos mais ter receio de afirmar isso. Havia um temor de que isso parecesse diminuir o mérito da resistência do povo soviético ao nazismo. Não diminui. Os vestígios de stalinismo, indícios que sejam, são nefastos, atentados a qualquer idéia de vida democrática."

(Emiliano José; O stalinismo e sua trágica herança)


Apesar de fracassada, a experiência socialista na URSS e no Leste Europeu teve a importância histórica de representar uma alternativa de sociedade pós-capitalista, onde ocorreu a desapropriação da burguesia, buscando acabar com a exploração do homem pelo homem. Mesmo com todos os crimes promovidos pelo stalinismo, essa primeira experiência socialista conseguiu transformar a Rússia semi-feudal dos czares em uma superpotência nuclear, que ameaçou a hegemonia mundial dos EUA, inclusive dando inicio ao programa espacial da humanidade, lançando o primeiro satélite artificial, o Sputnik, em 1957, e colocando o primeiro homem no espaço, o major Yuri Gagarin, em abril de 1961.

A esquerda socialista precisa ser anti-stalinista, precisa deixar claro que ditaduras totalitarias de partido único, culto a personalidade e outras barbaridades que caracterizaram o socialismo oriundo da tradição stalinista, não tem nenhuma relação com o marxismo. Aquele socialismo que existia na antiga URSS, não é em hipótese alguma o socialismo que os marxistas autênticos querem construir. Inclusive em dezembro de 1922, ou seja, três meses antes de sofrer o terceiro derrame que o deixou inconsciente até sua morte, ocorrida em janeiro de 1924, o revolucionário Vladimir Lenin escreveu uma carta onde criticava Stalin, solicitando a sua demissão do cargo de secretário geral do Partido Comunista da Rússia(bolchevique), recomendando alguém que fosse mais leal e tolerante para o cargo. Lênin pretendia apresentar essa carta no congresso do partido, mas não pode faze-lo por causa do derrame.


"Me refiro à estabilidade como garantia contra a ruptura em um futuro próximo, e tenho a proposta de colocar aqui várias considerações de índole puramente pessoal. Creio que o fundamental no problema da estabilidade, desde este ponto de vista, são tais membros do CC como Stálin e Trotsky. As relações entre eles, a meu modo de ver, encerram mais da metade do perigo desta divisão que se poderia evitar, e a cujo objetivo deveria servir entre outras coisas, segundo meu critério, a ampliação do CC a 50 ou até 100 membros.

O camarada Stálin, tendo chegado ao Secretariado Geral, tem concentrado em suas mãos um poder enorme, e não estou seguro que sempre irá utilizá-lo com suficiente prudência. Por outro lado, o camarada Trotsky, segundo demonstra sua luta contra o CC em razão do problema do Comissariado do Povo de Vias de Comunicação, não se distingue apenas por sua grande capacidade. Pessoalmente, embora seja o homem mais capaz do atual CC, está demasiado ensoberbecido e atraído pelo aspecto puramente administrativo dos assuntos(1). Estas características de dois destacados dirigentes do atual CC podem levar sem querer-lo à ruptura, e se nosso Partido não toma medidas para impedir-lo, a divisão pode vir sem que se espere.

Não seguirei caracterizando aos demais membros do CC por suas características pessoais. Recordarei apenas que o episódio de Zinoviev e Kamenev em Outubro(2) não é, naturalmente, uma casualidade, e que se disto não se pode culpar pessoalmente, tão pouco a Trotsky pelo seu não bolchevismo.(3)(...)

Stálin é brusco demais, e este defeito, plenamente tolerável em nosso meio e entre nós, os comunistas, se coloca intolerável no cargo de Secretário Geral. Por isso proponho aos camaradas que pensem a forma de passar Stálin a outro posto e nomear a este cargo outro homem que se diferencie do camarada Stálin em todos os demais aspectos apenas por uma vantagem a saber: que seja mais tolerante, mais leal, mais correto e mais atento com os camaradas, menos caprichoso, etc. Esta circunstância pode parecer fútil tolice. Porém eu creio que, desde o ponto de vista de prevenir a divisão e desde o ponto de vista do que escrevi anteriormente sobre as relações entre Stálin e Trotsky, não é uma tolice, ou se trata de uma tolice que pode adquirir importância decisiva."

(Trecho da Carta de Lênin ao XIII Congresso do Partido Comunista da Rússia(bolchevique))



(1) Lenin, no seu Testamento Político, fala de Trotsky como "o homem mais capaz do presente Comitê Central", mas deplora suas tendências autoritárias (nas palavras de Lenin, "sua tendência a abordar as questões apenas pelo lado administrativo").

(2) Zinoviev e Kamenev colocaram-se contra a tentativa de insurreição que resultaria na Revolução de Outubro de 1917 nas instâncias do Partido Bolchevique.

(3) Até 1917 Trotsky não ingressara nas fileiras do Partido Bolchevique, e conservava profundas divergências com os mesmos.


Autor: Marcelo Neuschwang Sancho; professor de filosofia da rede pública estadual do Rio de Janeiro, apaixonado por história e ciência política.

DARK TRANQUILLITY - Iridium



"As pessoas estão doidas, por razões erradas. Religião, é claro, é uma delas, é a coisa mais estúpida, é a razão de lutarmos o tempo todo." (Mikael Stanne, vocalista do Dark Tranquility)

Os suecos do Dark Tranquillity são uma das melhores bandas de melodic death metal. Em entrevista ao site Deadtide.com, o vocalista Mikael Stanne respondeu a uma pergunta sobre qual a diferença entre filosofia e religião.

" Bem, a filosofia é sua. É controlada por você mesmo. Mas a religião é controlada por outra pessoa, é a idéia dela, que nós, por alguma razão, acreditamos. Esse tipo de pensamento em grupo é tão perigoso quanto o inferno. A filosofia é sua, é algo que você desenvolve, algo em que você acredita. Isso te ajuda. É um sistema de segurança, e você precisa acreditar em alguma coisa."

A Revolução Russa de 1917



No começo do século XX, a Rússia era um país atrasado, onde o povo vivia na extrema pobreza e sem participação alguma nas decisões políticas. O czar ou imperador era o senhor absoluto do poder, e a economia agrícola fazia o país viver em uma realidade semi-feudal. A Primeira Guerra Mundial acabou complicando ainda mais a situação, com o atrasado Exército Imperial Russo sofrendo inúmeras derrotas para os alemães e seus aliados austro-húngaros. Então em fevereiro de 1917(segundo o calendário juliano, pois segundo o calendário gregoriano foi em março), uma revolta popular eclodiu em Petrogrado, que era a capital do país, recebendo a adesão dos soldados e cabos do exército. Formou-se então o Soviete de soldados e trabalhadores de Petrogrado, que assumiu o controle da capital. Outros sovietes foram surgindo pela Rússia, o que acabou obrigando o Czar Nicolau II a abdicar o trono. A Duma(o parlamento) formou um governo provisório, que garantiu a conquista da democracia, libertando os presos políticos e permitindo o retorno dos exilados, ao mesmo tempo que não promoveu nenhuma política social que combatesse a miséria da maior parte da população. E manteve a Rússia na guerra.

Então em 25 de outubro de 1917(segundo o calendário juliano, pois segundo o calendário gregoriano foi em 7 de novembro), ocorreu na Rússia, a primeira revolução socialista da história. Após retornar do exílio, o revolucionário marxista Vladimir Lênin ordenou a seus camaradas do Partido Bolchevique, que fizessem oposição ao governo provisório e preparassem a revolução, com a palavra de ordem "todo poder aos sovietes", mobilizando os trabalhadores com a promessa de "pão, paz e terra". Após uma tentativa fracassada de golpe por parte de setores de extrema-direita do Exército Imperial Russo, comandados pelo general Kornilov, ocorrida em agosto de 1917, os bolcheviques conquistaram a hegemonia nos sovietes(conselhos operários), e assim realizaram a revolução socialista.

Em 25 de outubro de 1917, os revolucionários bolcheviques assumiram o controle da capital, Petrogrado, e enfrentando pouca resistência, ocuparam o Palácio de Inverno, que era a sede do governo provisório. Os revolucionários bolcheviques derrubaram esse governo provisório, que havia sido estabelecido oito meses antes, e proclamaram a primeira república socialista da história. O parlamento burguês(Duma) foi dissolvido, e o poder passou para as mãos dos sovietes(conselhos operários), que eram controlados pelos bolcheviques. Foi então formado o Conselho de Comissários do Povo, presidido por Vladimir Lênin, que assumiu o governo do país e promoveu a transformação radical da sociedade russa, desapropriando a burguesia. O governo bolchevique estatizou as fábricas e bancos, promoveu uma reforma agrária radical e tirou a Rússia da Primeira Guerra Mundial.

Entre 1918 e 1921, ocorreu uma sangrenta guerra civil entre as forças revolucionárias(Exército Vermelho), leais ao governo bolchevique, e as forças contra-revolucionárias que pretendiam restabelecer a monarquia czarista(Exército Branco), e que tinham o apoio das grandes potências capitalistas. O Exército Vermelho venceu a guerra e os bolcheviques construiram em dezembro de 1922, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas(URSS).

A desigualdade social praticamente chegou ao fim, com homens e mulheres passando a ter os mesmos direitos e deveres, inclusive os homossexuais, acabando com a discriminação sexual.


"A Revolução Russa eliminou todas as leis czaristas que reprimiam a homossexualidade e que eram 'contraditórias com a consciência e a legalidade revolucionária'. Em 1923, um renomado médico de Moscou aprovava um novo código legal dizendo: 'A legislação soviética se baseia no seguinte principio: declara uma total ausência de interferência do estado e da sociedade nos assuntos sexuais, sempre e quando não sejam afetados os interesses de nenhuma outra pessoa'”. (Andrea D`Atri; em "O socialismo e a questão homossexual")

A URSS passou a apoiar o movimento revolucionário na China, que unia comunistas e nacionalistas do Kuomitang, na luta contra os chamados "senhores da guerra", que mantinham a nação chinesa no mais absoluto atraso e entregue ao banditismo.

Entretanto o socialismo soviético acabou sofrendo uma grave degeneração, após Josef Stalin assumir o poder absoluto no final dos anos 20, estabelecendo uma ditadura totalitaria responsável pela morte de cerca de 20 milhões de soviéticos. Esse regime arbitrário e burocrático, longe de acabar com a exploração do homem pelo homem, resultou no surgimento de uma casta privilegiada de burocratas que agia como uma nova classe dominante, oprimindo o proletariado e o campesinato. Inclusive revogou as leis que davam direitos iguais aos homossexuais, que passaram a ser tratados como "contra-revolucionários". Isso acabou resultando no colapso do regime socialista no final dos anos 80.


"Um olhar retrospectivo sobre o século passado não pode se omitir sobre o trágico legado do stalinismo. A esquerda em especial não tem o direito de ignorá-lo. Tal herança pesa como um fardo sobre ela, mesmo já havendo uma alentada produção teórica de condenação dos anos em que Stalin esteve à frente da URSS, principalmente após o final dos anos 20 e até sua morte, em 1953. (...)

Para a esquerda, é necessário resistir à tentação de refugiar-se num tempo de ouro, na nostalgia de um tempo feliz, que não existiu, ao contrário. O stalinismo foi um tempo de terror, de esmagamento dos adversários pela violência, marcado pela ausência da política, ao menos se esta for entendida como o reino da liberdade, e não da força bruta.

O stalinismo foi a maior tragédia do povo russo e de todo o povo do Leste Europeu, afora as guerras. Não podemos mais ter receio de afirmar isso. Havia um temor de que isso parecesse diminuir o mérito da resistência do povo soviético ao nazismo. Não diminui. Os vestígios de stalinismo, indícios que sejam, são nefastos, atentados a qualquer idéia de vida democrática."

(Emiliano José; O stalinismo e sua trágica herança)


O stalinismo foi a mais grave degeneração que o marxismo sofreu, transformando a União Soviética ou URSS, em uma ditadura totalitaria e burocratica responsável pela morte de cerca de 20 milhões de soviéticos. Também foi responsável pela morte de milhares de pessoas, nos países do Leste Europeu onde o Exército Vermelho estabeleceu regimes socialistas após a Segunda Guerra Mundial. A filosofia marxista em momento algum defende regimes totalitarios, ditadura de partido único e muito menos culto a personalidade do lider, que eram caracteristicas do regime stalinista.

Josef Stalin era um revolucionário bolchevique e tornou-se secretário-geral do Partido Comunista da Rússia em 3 de fevereiro de 1922. Quando o lider do partido e do Estado soviético, o revolucionário Vladimir Lenin, sofreu o terceiro enfarte que o deixou inconsciente, em março de 1923, foi formado um triunvirato composto por Stalin, Grigory Zinoviev, e Lev Kamenev, que assumiu a direção do governo soviético. Após a morte de Lenin, ocorrida em 21 de janeiro de 1924, começou uma batalha feroz na burocracia do partido para ver quem iria sucede-lo. Stalin saiu na frente por comandar a burocracia partidária, e após derrotar Trotsky e afastar outros adversários dos principais postos de direção, assumiu o poder absoluto em 1928.

Leon Trotsky foi o revolucionário bolchevique que organizou o Exército Vermelho, e era considerado o principal adversário de Stalin na sucessão da liderança do Estado soviético. Opositor do stalinismo, Trotsky acabou sendo expulso da URSS, em 1929, e no exílio organizou um movimento comunista dissidente, a IV Internacional. Acabou sendo assassinado por um agente stalinista em 1940, no México, onde estava exilado.

O stalinismo tornou-se uma antítese do marxismo, pois ao invés de acabar com a exploração do homem pelo homem, originou uma casta privilegiada de burocratas que agia como uma nova classe dominante, além de estabelecer um regime ditadorial responsável por alguns dos piores crimes contra a humanidade no século XX. Isso acabou resultando no fracasso dessa primeira experiência socialista.

O autoritarismo de Trotsky

Apesar de ter sido o mais feroz opositor do stalinismo, Leon Trotsky na verdade defendia as mesmas políticas totalitarias que Stalin imprementou a partir de 1929. Trotsky foi o primeiro a defender políticas extremamente autoritárias entre os bolcheviques, como por exemplo, a estatização dos sindicatos e a militarização do trabalho, sendo criticado pelo revolucionário Vladimir Lenin.


"Trotsky foi o principal defensor da fusão dos sindicatos ao Estado e, inclusive, a sua militarização. Ele aplicou seus métodos "revolucionários" quando foi responsabilizado pela reorganização dos serviços de transporte. Assumindo o controle absoluto do Comitê Central de Transporte, decretou imediatamente "estado de emergência" nas ferrovias, destituiu os dirigentes eleitos dos sindicatos e colocou todos os operários sob lei marcial.

Em 16 de dezembro de 1919, Trotsky apresentou no Comitê Central do Partido Bolchevique a sua tese "Sobre a transição entre a guerra e a paz", na qual reafirmou a necessidade de militarização dos sindicatos russos. Ele defendeu novamente as suas posições no IX congresso do PCRb. Na ocasião afirmou ele: "As massas trabalhadoras não podem vaguear através da Rússia. Devem ser enviadas para aqui e para ali, nomeadas, comandadas exatamente como soldados (...) O trabalho obrigatório deve atingir a sua maior intensidade durante a transição do capitalismo para o socialismo (...) É preciso formar patrulhas punitivas e pôr em campos de concentração os que desertam do trabalho". E concluiu: "O Estado Operário possui normalmente o direito de forçar qualquer cidadão a fazer qualquer trabalho em qualquer local que o Estado escolha."

Contra as posições autoritárias de Trotsky, Lênin escreveu os artigos "Sobre os Sindicatos, o momento atual e os erros de Trotsky" e "Mais uma vez sobre os sindicatos, o momento atual e os erros dos camaradas Trotsky e Bukharin". Afirmou ele: "os sindicatos são uma organização da classe dirigente, dominante e governante. Mas não são uma organização estatal, não são uma organização coercitiva, são uma organização educadora, uma organização que atrai e instrui, são uma escola, escola de governo, escola de administração, escola de comunismo". Portanto, não poderiam ser transformados em quartel ou prisão.

Lênin negou a tese trotskista de que a defesa dos interesses materiais e espirituais da classe operária não deveria ser de incumbência dos sindicatos em um Estado operário. Para ele isto era um grave erro. Afirmou Lênin: "O camarada Trotsky fala de 'Estado operário'. Permitam-me dizer que isto é pura abstração (...) comete-se um erro evidente quando se diz: Para que e ante quem defender a classe operária, se não há burguesia e o Estado é operário? Não se trata de um Estado completamente operário, aí está o xis do problema (...) Em nosso país, o Estado não é, na realidade, operário, e sim operário e camponês (...) Porém há mais alguma coisa (...) nosso Estado é operário com uma deformação burocrática (...) Pois bem, será que diante desse tipo de Estado (...) nada têm os sindicatos a defender? Pode-se dispensá-lo na defesa dos interesses materiais e espirituais do proletariado organizado em sua totalidade? Essa seria uma opinião completamente errada do ponto de vista teórico (...) Nosso Estado de hoje é tal que o proletariado organizado em sua totalidade deve defender-se, e nós devemos utilizar estas organizações operárias para defender os operários em face de seu Estado e para que os operários defendam nosso Estado"".

(Augusto César Buonicore; em "Lenin, os sindicatos e o socialismo")


Por isso afirmo que o trotskismo não é alternativa para o stalinismo, mas sim o outro lado da mesma moeda. Os marxistas que defendem a luta do proletariado para derrubar o capitalismo e construir uma nova sociedade, onde não mais exista a exploração do homem pelo homem, devem romper com o stalinismo e também com o trotskismo, buscando resgatar o melhor do pensamento marxista, renovando-o segundo a realidade da luta de classes no século XXI.

Apesar de fracassada, a experiência socialista na URSS e no Leste Europeu teve a importância histórica de representar uma alternativa de sociedade pós-capitalista, onde ocorreu a desapropriação da burguesia, buscando acabar com a exploração do homem pelo homem. Mesmo com todos os crimes promovidos pelo stalinismo, essa primeira experiência socialista conseguiu transformar a Rússia semi-feudal dos czares em uma superpotência nuclear, que ameaçou a hegemonia mundial dos EUA, inclusive dando inicio ao programa espacial da humanidade, lançando o primeiro satélite artificial, o Sputnik, em 1957, e colocando o primeiro homem no espaço, o major Yuri Gagarin, em abril de 1961.

A importânci​a do socialismo no surgimento da democracia moderna




Quando o capitalismo surgiu no século XVIII, não era nem um pouco democrático. O voto era censitário, ou seja, apenas quem pagava impostos e possuia propriedades é que podia votar. E apenas os homens podiam votar. Estavam excluidos portanto, os trabalhadores e as mulheres. Os trabalhadores viviam em estado de semi-escravidão, com jornada de trabalho de até 16 horas diárias, com baixos salários que mal garantiam o mínimo para sobreviver, e pessimas condições de trabalho. Não havia férias, aposentadoria, ou qualquer direito trabalhista. O trabalho infantil era comum e a questão social considerada caso de policia. Havia portanto uma verdadeira "ditadura da burguesia".
 
Foi diante essa realidade que os filósofos e revolucionários alemães Karl Marx e Friedrich Engels escreveram o "Manifesto do Partido Comunista", em dezembro de 1847, e publicado dois meses depois. Se o capitalismo se democratizou a partir da segunda metade do século XIX, com os trabalhadores conquistando o direito de greve e a legalização dos sindicatos, assim como a redução da jornada de trabalho para 10 horas diárias, com melhores condições de trabalho e salário, e com a conquista de direitos trabalhistas como férias remuneradas, aposentadoria e salário mínimo, assim como o estabelecimento do voto universal para todos os homens adultos alfabetizados, e a legalização dos partidos operários, com toda certeza foi graças a luta do movimento socialista organizado pelos comunistas e também pelos anarquistas.

O 1º DE MAIO - DIA DOS TRABALHADORES

No dia 1º de Maio de 1886, os operários da cidade de Chicago - importante centro industrial dos Estados Unidos - se levantaram contra as péssimas condições de trabalho, exigindo a redução da jornada de trabalho. Naquela época a jornada de trabalho variava entre 13 e 16 horas.

Neste período a cidade estava imersa em grandes lutas, barricadas e greves. No dia três de maio daquele ano, em enfrentamento com a polícia, 6 trabalhadores foram mortos, o que resultou num protesto furioso no dia seguinte. Na confusão morreram policiais, bombas foram lançadas, sendo decretado Estado de Sítio. As lideranças do movimento foram perseguidas, presas e condenadas à morte. Eram cinco lutadores que foram mortos. Seus nomes eram: Spies, Engel, Fischer, Lingg e Parsons. Como escreveu o escritor uruguaio Eduardo Galeano são os mártires que renascem a cada 1º de Maio no mundo.

A LUTA SOCIALISTA NO SÉCULO XX
 
E a luta do movimento socialista ao longo do século XX, permitiu uma maior democratização do capitalismo, com a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias, a conquista do voto feminino, a criminalização do trabalho infantil e uma efetiva participação popular na política. Se hoje vivemos em uma sociedade democrática, foi graças a luta de comunistas e anarquistas contra a exploração capitalista. Esses fatos já demonstram a importância do socialismo para a humanidade.

A verdade sobre o liberalismo

O filósofo inglês John Locke pode ser considerado como o marco da democracia liberal. Entretanto o conceito de democracia defendido por Locke e pelos primeiros pensadores liberais, excluia grande parte da população, uma vez que defendiam o voto censitário, ou seja, apenas quem tinha propriedade e pagava impostos podia votar. Estavam excluidos os trabalhadores, os desempregados e as mulheres.

"O liberalismo surge como uma clara posição de limitação do poder do Estado. Em seu início, tinha como inimigo o Estado absolutista. Locke diz que nascemos com direitos naturais, à vida, à liberdade e à propriedade, sobretudo à propriedade, e esses direitos são inalienáveis, o Estado não pode interferir neles. (...)
 
Os regimes liberais originários fundavam-se nessa idéia da liberdade do indivíduo em relação ao Estado e muito pouco na idéia da participação que era restritíssima. Com base no princípio do voto censitário, só votava quem pagava imposto e tinha propriedade. Excluía-se do eleitorado a maioria esmagadora. Kant, um brilhante pensador liberal, dizia que não podiam votar as mulheres, porque não tinham independência de juízo, dependiam do marido ou do pai. E nem os trabalhadores assalariados, porque dependiam do patrão."
 
(Carlos Nelson Coutinho; em Teoria e Debate nº 51)
 

Os trabalhadores e as mulheres precisaram se organizar para lutar por seus direitos, sobre a inflûencia do pensamento socialista. Legalização dos sindicatos e do direito de greve, voto secreto e universal, legalização dos partidos operários e populares, jornada de trabalho de oito horas diárias, férias remuneradas, condições dignas de trabalho, etc, foram conquistas da luta do movimento operário.

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de Março, tem origem nas manifestações femininas por melhores condições de trabalho e direito de voto, no início do século XX, na Europa e nos Estados Unidos. A data foi adotada pelas Nações Unidas, em 1975, para lembrar tanto as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres como as discriminações e as violências a que muitas mulheres ainda estão sujeitas em todo o mundo.

O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de Fevereiro de 1909, nos Estados Unidos da América, por iniciativa do Partido Socialista da América. Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhagen, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada. No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de Março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.

"A partir de um certo momento, os regimes liberais, pela pressão das massas, começam a incorporar elementos de democracia. O sufrágio universal é um princípio democrático, não liberal. A liberdade de organização, por exemplo, foi proibida nos regimes liberais. A Revolução Francesa proibiu os sindicatos, que só se tornaram legais na França depois da Comuna de Paris. Partidos políticos são também conquistas da classe trabalhadora, que começou a organizar partidos de massa, ligados a movimentos sociais. Podemos hoje falar de uma institucionalidade liberal-democrática, no sentido de que os velhos princípios do liberalismo foram enriquecidos com esses institutos democráticos."
 
(Carlos Nelson Coutinho; em Teoria e Debate nº 51)
 


 
OBS: ao contrário dos comunistas, que defendem uma fase intermediária entre a queda do capitalismo e o surgimento da sociedade sem classes, os anarquistas defendem a destruição do Estado e o estabelecimento da sociedade sem classes logo após a vitória da revolução socialista, sem nenhuma fase intermediária. Os anarquistas também se diferenciam dos comunistas por não defenderem a luta de classes como único motor que move a história, mas sim como um dos motores, sendo o principal a luta contra toda forma de governo.

O principal teórico do anarquismo, foi o revolucionário russo Mikhail Bakunin. Assim como Marx e Engels, foi membro destacado da Primeira Internacional Socialista, que existiu entre 1864 e 1873.
 
Comunistas e anarquistas lutam por uma sociedade igualitária, onde não mais exista a exploração do homem pelo homem.



Autor: Marcelo Neuschwang Sancho; professor de filosofia da rede pública estadual do Rio de Janeiro, apaixonado por história e ciência política.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

CRADLE OF FILTH - Lilith Immaculate

CRADLE OF FILTH - Forgive Me Father (I Have Sinned)


CRADLE OF FILTH - Forgive Me Father (I Have Sinned)

Banda inglesa de symphonic black metal, o Cradle of Filth incorpora elementos góticos a sua musica.

Immolation: World Agony



Immolation é uma banda americana de brutal death metal, subgênero do heavy metal semelhante ao black metal, diferenciando-se pelo fato de não restringir os temas das músicas ao anti-cristianismo e ao satanismo. Também aborda temas relacionados a morte, violência, doenças mentais, dor, etc.


(tradução)

Guerra nas nossas mãos, a guerra em nossas mentes
Bata na bateria, espancado nossas esperanças
Nada é deixado, não se ganha nada
Irritado com um, com raiva de todos
 
Mundo em agonia, na dor do mundo
Mundo em raiva, o mundo de vergonha
 
O erro do homem, o erro da fé
Formando amanhã, destruindo hoje
Nada à frente, nada a ser
A raiva é uma, a raiva é tudo
 
Mundo em agonia, na dor do mundo
Mundo em raiva, Mundo insano
 
Amaldiçoando a nós mesmos, fazendo com que a nossa morte
Abusando da terra, é desmoronando
Podemos desfazer, o que temos feito
Antes de desfazer, o que nos tornamos
 
A terra é amargo
A terra é preta
O que fizemos
Não há como voltar atrás.

DIMMU BORGIR - Dimmu Borgir



“Não sei se me classificaria como satanista. Na verdade não me aplicaria nenhum rótulo porque sou apenas eu mesmo. De fato acredito em uma responsabilidade pessoal e, em minha opinião, o Islã e o Cristianismo não ensinam isso porque ambas têm um livro de referencia que apenas diz que você não pode fazer nada que deseja senão tem de ir pedir perdão. Dê uma olhada em todas as guerras pelo mundo. As pessoas comumente acham que são motivadas por política mas na verdade sempre é a religião que causa esses conflitos. Eu acredito que se fosse me chamar de algo, seria ateísta.”

(Silenoz, guitarrista do Dimmu Borgir)


(TRADUÇÃO)

Forças da luz do norte - ao monte
Forças da noite do norte - chamando às armas
Convocado pelos segredos do sacrifício

Reunião sobre o destino na estrada que evitamos seguir
Como competir com nós mesmos
Deixando o que foi uma união confiante

Qual é a ponte para atravessar e qual a ponte pra queimar?
Há enganos por todos os lados
Nós eliminamos os fracos e o seu choro

Evoluindo - compulsivamente
Comportando - Inconsistentemente
No entanto, o pulso está batendo
Restauração é o nome
Para aqueles que são deixados no jogo
Invocação em nome da nossa chama

Dimmu Borgir!
O desviantes procuram, mas há um só lugar
Dimmu Borgir!
Marchando avante!

Não devemos perdoar
Não devemos esquecer
Com astúcia e prazer
Os Inimigos enfrentarão a derrota

Não há lugar para sonhadores
Porque nossa formação é a lava
O fogo é a favor ou contra você
E assim mesmo ele queima

Chamando uma constante retribuição
Das sombras dos três seis consecutivos (666)
Fundindo-se com o vazio frio e escuro
O Talento é inútil se não for exercitado

''Quando o mundo está girando
Você vai encontrar a sua verdadeira natureza
Quando o primeiro é o último e o último é o primeiro
Você estará onde escolhe estar''

Não devemos perdoar
Não devemos esquecer
O fogo é a favor ou contra você
E assim mesmo ele queima

DIMMU BORGIR - Gateways



(TRADUÇÃO)

Gateways = Portais

O Princípio Fundamental da Liberdade
É a única noção à obedecer
A porta irá destrancar a evolução e o pecado
Trazendo uma nova forma
O renascimento esta perto da conclusão
À medida que lentamente despertamos do sono

À medida que lentamente despertamos do sono

A imperícia do espírito termina
Portais!
Quando o presente é mais uma vez acorrentado
Portais!
Sem regras ou restrições em nosso planeta negro
Portais!
Quando o futuro antigo é recuperado
Portais!

Sem regras ou restrições em nosso planeta negro
Quando o futuro antigo for recuperado

Está tudo lá para os olhos que podem ver
Os cegos sofrerão sempre no secretismo
É o presságio do que está submerso
Intocada dentro de nós

O Princípio Fundamental da Liberdade
É a única noção à obedecer
A porta irá destrancar a evolução e o pecado
Trazendo uma nova forma
O renascimento esta perto da conclusão
À medida que lentamente despertamos do sono
Para receber a luz que brilha na escuridão
A luz que brilha sempre mais

Sempre mais

Seja o quebrado ou o quebrador
Seja o doador ou o empresário
Destranque e abra as portas
Seja o curador ou o quebrador
As chaves estão em suas mãos
Perceba que você é sua própria criação
Do seu próprio plano mestre

Behemoth - Conquer All



Os poloneses do Behemoth, a melhor banda de black metal.

Dimmu Borgir - Mourning Palace (Legendado em português)



Os noruegueses do Dimmu Borgir, são a melhor banda de symphonic black metal, vertente sinfônica do black metal.

"Inverter o crucifixo é o meu jeito de mostrar rejeição não só ao cristianismo, mas à maioria das religiões modernas em geral e como elas fazem as pessoas se acomodarem. Elas privam as pessoas de pensar por si mesmas." (Silenoz - guitarrista do Dimmu Borgir)